A evangelização brasileira, com raras exceções, nos legou uma adoração monástica, onde ser religioso, que não é sinônimo de ser servo do Senhor, se traduzia em uma vida separada das mazelas da sociedade e consequentemente, afastada das possibilidades de contaminação. Isso afastou os crentes, protestantes, evangélicos, reformados ou qualquer outro nome que queiramos dar, do relacionamento com a verdadeira religião. Tiago fala da importância da fé, ressalta o poder de Deus na vida daqueles que vislumbram o sacrifício de Cristo na cruz para resgatar os eleitos. Tiago deixa claro que sem a fé, não se pode falar em vida eterna, relacionamento com Cristo, salvação e libertação dos pecados. Isso tudo deveria nos levar a uma vida para Cristo, mas Tiago já sabendo das nossas limitações, salienta que a fé precisa nos levar a verdadeira religião, que em nada se compara a vida monástica. A vida de fé, plantada nos corações de todos os eleitos de Deus é estabelecida por um comportamento de marcas, primeiro no coração e depois nas mãos. Tiago diz que a verdadeira religião é socorrer os órfãos e as viúvas em suas necessidades, traduzindo, são todos os necessitados, carentes e desprovidos de suas necessidades mais básicas. Como fazer isso dentro de uma vida monástica? Impossível. Porém, ainda hoje, somos contemplativos dos problemas da sociedade, mas a fé nos concedeu poder para o trabalho, dons e talentos, para socorrer, recursos para toda boa obra. A miséria impera ao nosso lado e nós só sabemos falar de fé, mas não falamos sobre o que ela produz. Precisamos ser crentes na sociedade e não fora dela. Precisamos socorrer os irmãos, colocar a mão na massa, abrir a Igreja, doar, receber o necessitado e deixar Deus nos usar para toda boa obra. Enquanto existir miséria, abandono, guerras e outras mazelas, haverá trabalho para todos os crentes movidos pela fé. Não podemos nos omitir e nos tornarmos reclusos, cheios de conhecimento, mas sem nenhuma eficácia. Se você ama aquele que precisa, sua mão está na obra.
Rev. Jooziel
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