Tenho refletido sobre as questões que afligem o mundo. Desamor, preguiça, soberba, ganância e o que mais tem me detido em analisar é a incapacidade do ser humano de se ver no outro. Sim, se colocar no lugar das pessoas.
Temos sido indiferentes com o sofrimento alheio. Vivemos como se os 28 milhões de aidéticos que vivem na África, não fossem humanos, ou que estão muito distantes de nós brasileiros. As pessoas passam por tragédias e as únicas palavras que ouvimos, são debates sobre as causas. O Air France que levou consigo sonhos e deixou dor, gastou milhares de dólares na busca das causas, com vistas a prevenção de novos acidentes. E as vítimas, seus parentes e os sonhos que foram para o fundo do mar? Não se gasta milhões por essa causa.
A incapacidade de vermos as pessoas e nos colocarmos em seu lugar impedem-nos de socorrer-los, com os nossos recursos. Sim, nem ao menos conseguimos saber quais são os nossos recursos e na maioria das vezes os necessitados somos nós.
Eu nessa caminhada descobri que os necessitados socorrem mais. Quando entregamos uma cesta básica a quem tem fome – e há quem diga que isso é assistencialismo – se pedirmos parte da cesta para ajudar a outro, ele oferta com muita alegria, não vejo isso, nas atitudes dos que possuem com fartura.
O fundo de todas estas coisas está em um problema muito maior, que é o desamor. Muitos homens acreditam em exames médicos realizados por pessoas em laboratórios que jamais viram, acreditam em remédios, prescritos por médicos, que nunca foram seus amigos. Porém temos uma dificuldade em compreendermos conceitos sobre como tratar o irmão, prescritos na Palavra de Deus, a Bíblia. Os poetas nos ensinaram “tudo” sobre o sofrimento e a dor produzidos pelo amor, mas relutamos em aprender o que a Bíblia nos ensina sobre a alegria e a paz produzida, quando amamos em nome de Deus.
O amor produzido por Deus não é poético, mas sim justo. Já pensou em amar ao seu inimigo? Como fazemos isso? Não o deixando sofrer, nos colocando em seu lugar. “se o seu inimigo tiver fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber.” O que é isso se não Deus querendo ensinar aos homens, qual a melhor direção para suas atitudes!
Estamos atrasados, não tecnologicamente, mas sim “identitáriamente”. Ficamos a buscar as origens e o futuro, mas o que faz toda a diferença é como tratamos o efêmero presente. Somos assim, pois rejeitamos com todas as forças a nossa origem em Deus e seus ensinos. Gastamos milhões preocupados com a segurança dos próximos vôos, mas nos recusamos a apresentar propostas por uma melhor qualidade de vida, na saúde, na segurança e na educação da sociedade.
Se tivéssemos Deus como orientador e não a ganância dos homens, os quais para satisfazerem seus interesses negam-no com conceitos, palavras e atitudes, seríamos um povo, onde a fome seria suprimida pela fartura, onde as prisões abrigariam pessoas em tratamento e não em “abandonamento”, os médicos tratariam seus pacientes, como se fossem seus pais ou filhos, nas universidades estaríamos preocupados em conhecer tudo sobre Deus, não em busca da universalização religiosa, mas em busca de seus ensinos para construção de uma sociedade sadia.
Amar não é sentimento que provoca dor. Amar é deixar nascer dentro de nós a árvore da verdadeira vida, cujas folhas curam, os frutos alimentam, o tronco traz repouso e as sombras nos protegem. Pense em você agora em um hospital com uma doença terminal. Não gostou? Pois é tem muita gente agora nessa situação. O que você pode fazer?
Rev. Jooziel de Melo Freire
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